Treinamento em altitude: Atletas se beneficiam apenas em certas alturas
Sabe-se, há muito tempo, que a exposição a altas altitudes pode beneficiar os atletas durante o treinamento. Quanto maior a altitude, menos oxigênio existe, ou seja, o corpo trabalha mais para aumentar seus níveis de oxigênio. Acredita-se que esse processo pode levar a um melhor desempenho atlético, mas tem sido pouco claro a que altitude é mais benéfico – até agora.
Um estudo publicado no Journal of Applied Physiology, envolveu 48 corredores universitários.
Os atletas foram treinados por um período de 4 semanas, em Dallas, TX – uma cidade próxima ao nível do mar.
Durante este tempo, os atletas completaram uma série de testes que avaliaram as áreas de desempenho, tais como a VO2-max (uma medida de forma aeróbica baseada na velocidade à qual o corpo usa oxigênio durante o exercício).
Monitoramento de treino em diferentes altitudes
Os atletas foram obrigados a correr 3.000 metros no ritmo mais rápido que podiam, e os pesquisadores cronometraram esta atividade.
Eles também realizaram uma série de exames de sangue. Estes envolveram a medição do volume de células vermelhas do sangue e a concentração de eritropoetina (EPO) – um hormônio que desencadeia a produção de células vermelhas do sangue.
De acordo com os investigadores, viver em altitudes mais elevadas faz com que os níveis de EPO de uma pessoa aumentem. Para o corpo se adaptar a um menor nível de oxigênio, o corpo precisa produzir mais glóbulos vermelhos.
Quando os testes foram concluídos, os pesquisadores dividiram os atletas em quatro grupos e os levaram para as montanhas em Salt Lake City – UT. Cada grupo foi enviado para campos de treinamento nas montanhas, as quais tinham diferentes altitudes.
Os locais foram:
Heber City ( 1.780 metros)
Parque da Cidade ( 2085 metros)
Deer Valley ( 2.454 metros)
Passagem de Guardman ( 2.800 metros.
Em outro período de 4 semanas, os atletas foram obrigados a treinar uma vez por dia e as suas concentrações de EPO foram verificadas regularmente.
No final das 4 semanas, os atletas voltaram para Dallas, onde foram obrigados a passar por mais treinamentos e exames de sangue.
Ao observar os resultados no final do estudo, os pesquisadores descobriram que os grupos que treinaram nas duas altitudes médias – 2.085 metros e 2.454 metros – tiveram um desempenho muito melhor em comparação com aqueles que treinaram em altitudes muito mais baixas e mais altas.
Além disso, cada grupo demonstrou um aumento das concentrações de EPO e células vermelhas do sangue.
Os investigadores sugerem que suas descobertas opõem-se a crenças antigas de que o treinamento em qualquer altitude elevada melhorava o desempenho. Eles sugerem que há uma “janela definida” de altitude, que produz esses benefícios – entre 2.000 e 2.500 metros.
Comentando os resultados, os autores do estudo dizem:
“Para o atleta envolvido em treinamento de altitude, a identificação de uma melhor altitude tem uma aplicação prática tremenda“.
Fonte: Medical News Today