Formação do sistema nervoso: novos achados
Investigadores suecos descobriram que uma parte do sistema nervoso, o sistema parassimpático, é formada de uma forma distinta da que se pensava. O estudo publicado na revista “Science” pode conduzir ao desenvolvimento de novos tratamentos contra doenças congênitas do sistema nervoso.
A maioria das funções do organismo é controlada pelo sistema nervoso autônomo involuntário, principalmente as funções cardíaca, hepática e gastrointestinal. Em repouso, o organismo está programado para poupar energia, um processo que é regulado pela parte parassimpática do sistema nervoso autônomo.
Até à data, acreditava-se que as células nervosas parassimpáticas presentes nos vários órgãos tinham origem nas células progenitoras iniciais que percorriam distâncias curtas enquanto o embrião ainda era pequeno. Contudo, na opinião dos investigadores do Instituto Karolinska, na Suécia, este modelo não explica como é que muitos dos nossos órgãos que se desenvolvem relativamente tarde, quando o embrião é já maior, estão repletos de células que formam os neurônios parassimpáticos.
De forma a tentar clarificar este processo, os investigadores, liderados por Igor Adameyko, fizeram uma reconstrução 3D de embriões de ratinho. O estudo apurou que os neurônios parassimpáticos são formados a partir das células gliais imaturas, conhecidas por percursoras das células Schwann, as quais viajam através dos nervos periféricos para os tecidos e órgãos.
“O nosso estudo focou-se num novo princípio da biologia do desenvolvimento. Apesar da elegância, simplicidade e beleza deste princípio, ainda não está claro como é que o número de neurônios parassimpáticos é controlado e por que motivo apenas algumas destas células transportadas pelos nervos periféricos são transformadas naquilo que virá a ser uma parte importante do sistema nervoso”, revelaram, em comunicado de imprensa os investigadores.
Os investigadores esperam no entanto que esta descoberta conduza a novas formas de tratar as doenças congênitas do sistema nervoso autônomo através da utilização da medicina regenerativa.
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