Sono deveria ser prescrito para o tratamento de doenças metabólicas
Os problemas de sono deveriam ser levados em conta no âmbito do tratamento e prevenção das doenças metabólicas, principalmente da diabetes tipo 2 e obesidade, defende um estudo publicado na revista “The Lancet Diabetes & Endocrinology”.
Os investigadores liderados por Bernd Schultes, do eSwiss Medical and Surgical Centre, na Suíça, explicam que para além da predisposição genética, a saúde metabólica é também dependente de fatores associados ao comportamento como os hábitos alimentares e a atividade física. Nos últimos anos, a perda de sono, associada ao estilo de vida das sociedades modernas, tem sido encarada como mais um fator que afeta a saúde metabólica.
Assim na opinião dos autores do estudo, o tratamento de alguns tipos de distúrbios de sono, como a apnéia do sono, poderá ter um efeito benéfico direto na saúde metabólica dos pacientes. Contudo, atualmente as pessoas não dormem o suficiente. Este é um problema que resulta muitas vezes do tempo que as pessoas despendem com os dispositivos eletrônicos, principalmente com os tablets ou videojogos.
Adicionalmente, a interrupção do ciclo de sono e vigília, ao que os indivíduos que trabalham por turnos são submetidos, também parece estar claramente associada com uma deficiente saúde metabólica, a qual é acompanhada por um aumento da taxa de doenças crônicas e mortalidade precoce.
Apesar de vários estudos epidemiológicos terem observado que havia uma associação clara entre uma fraca qualidade de sono e as doenças metabólica, até há pouco tempo, a razão desta associação ainda não estava devidamente esclarecida. Contudo, alguns estudos experimentais têm demonstrado que há de fato um efeito direto da perda de sono na capacidade do organismo metabolizar a glucose, controlar o consumo de alimentos e manter um equilíbrio energético.
“Estes achados apontam para novas estratégias de intervenções que tenham por alvo a epidemia das doenças metabólicas e as condições a elas associadas. Estudos futuros irão demonstrar se as intervenções que melhoram a duração e qualidade do sono podem impedir ou até reverter os traços metabólicos adversos”, referem os autores do estudo.
Entretanto, de acordo com os achados até à data apurados, os profissionais de saúde deveriam motivar os seus pacientes a dormir adequadamente, concluem os investigadores.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.