Exercícios podem aliviar a dor crônica
Para quem sofre de dor crônica pode ser difícil acreditar que o exercício, que inicialmente pode piorar os sintomas, terá bons resultados a aliviá-la.
No entanto, depois de os níveis de dor terem estabilizado, uma progressão cuidadosa no exercício pode ajudar a moderar a dor crônica a longo prazo.
A posição é do International Council on Active Ageing (ICAA).
Com base em dados divulgados por este organismo e a ajuda de Filipe Antunes, médico fisiatra da Associação Portuguesa de Estudo da Dor (APED), mostramos-lhe como o exercício o pode ajudar a conquistar maior qualidade de vida e a aliviar sintomas penosos.
A dor como doença
Segundo a APED, a dor crônica persiste ou surge de forma recorrente durante, pelo menos, três a seis meses, existindo muitas vezes após a cura da lesão que lhe deu origem ou sem lesão aparente. «Não é um sintoma, mas um estado de doença», considera a ICAA, segundo a qual, ao contrário da dor aguda, que tem uma função fisiológica, a dor crônica é uma experiência sensorial, emocional e cognitiva, podendo afetar uma parte do corpo (por exemplo, a região lombar) ou ser generalizada, com múltiplos sinais e sintomas (como a fibromialgia).
O papel do exercício
A prática de exercício é benéfica não só do ponto de vista físico, como também emocional, evitando que o doente foque a atenção na dor e motivando-o para o plano terapêutico analgésico», considera Filipe Antunes. No entanto, o acompanhamento e a personalização são fundamentais. «O doente deve ser observado pelo médico assistente que conhece o seu problema e, depois, ser referenciado para um especialista de Medicina Física e de Reabilitação, que prescreverá e aconselhará um plano de exercício terapêutico.
Este poderá ser realizado no domicílio ou em instalações apropriadas, se assim for mais seguro e eficaz do ponto de vista clínico», refere. Como sublinha o especialista, «cada paciente é único e o programa deve ser ajustado a cada caso», mas há quatro tipos de exercício que, geralmente, devem ser incluídos, indica a ICAA.
Fonte: SAPO Saúde